Nesta segunda-feira (7), foi iniciada uma pesquisa inédita que visa verificar os possíveis impactos dos agrotóxicos na saúde renal dos trabalhadores assalariados rurais de Petrolina-PE. O estudo, que será finalizado na na defesa de tese de doutorado, ainda pretende avaliar a percepção dos trabalhadores quanto aos riscos da exposição aos produtos utilizados na atividade de campo.
A pesquisadora responsável é a enfermeira e professora universitária, Joice Requião, mestra que leciona na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A pesquisa é um projeto de tese de doutorado vinculado ao programa de pós-graduação em Ecologia Humana e Gestão socioambiental da Universidade do Estado da Bahia, na linha de pesquisa Ecologia Humana e Saúde e tem a participação voluntária dos delegados sindicais do STTAR.
Após a coleta de dados com preenchimento de questionário e entrevista, os voluntários serão submetidos a exames laboratoriais. Caso seja identificado alguma disfunção renal severa, o trabalhador terá o devido acompanhamento médico na rede pública de saúde, com a suporte da equipe da pesquisa.
Sobre o escolha do tema, a professora explicou que
“foi justamente por nós sermos destaque nacional na fruticultura irrigada. E na pesquisa anterior que deu origem a sua dissertação de mestrado, foi evidenciado um número alarmante de agricultores que faziam hemodiálise. Esse dado levantou o questionamento dentro da equipe de pesquisa sobre a relação dos agrotóxicos e a saúde renal dos trabalhadores rurais. Todo conhecimento começa com uma pergunta e essa pergunta é: Esses produtos, utilizados de maneira indiscriminada, causam mal à saúde renal dos trabalhadores rurais?”,
detalhou Joice Requião.
Para o diretor de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente, Antônio Nilson do sindicato, a pesquisa é um importante instrumento de conhecimento para a categoria.
“A partir desses dados podemos, inclusive, levar essas informações para a mesa de negociação e pleitear mais direitos e melhorias para a categoria. Por isso, os delegados sindicais estão aqui, se voluntariando na pesquisa e ajudando nesse processo”.
A presidente do STTAR Petrolina, Maria Joelma, destacou que essa parceria da universidade com o sindicato é um ganho para toda a sociedade.
“Além da preocupação com o estado de saúde da classe trabalhadora assalariado rural, estamos aqui ajudando na produção de conhecimento científico que pode mudar para melhor a vida não só dos trabalhadores, mas de todas as suas famílias já que quando o trabalhador adoece, todos os familiares padecem. Além disso, os resultados dessa pesquisa vão ressoar, não só aqui em Petrolina, ou no Vale do São Francisco, mas em todo o Brasil e até no mundo”,
pontuou Joelma.